Resenha "O menino que desenhava monstros" Keith Donohue
- plataformaliteraria
- 23 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

“É que às vezes ele é estranho. “Estranho? Um pouco excêntrico, mas somos todos, não? Estou firmemente convencido de que todo mundo tem algo errado aqui.”
J.P. (Jack Peter) é um menino de 10 anos que desde os 7, quando sofreu um acidente, não lida bem com o toque humano e apresenta agorafobia, de forma com que quando sai de casa entra em total estado de pânico, então ele sai somente nas situações onde é estritamente necessário, como ir ao médico. Além disso, o menino também apresenta síndrome de Asperger (um grau leve de autismo), o que o leva a ter reações inesperadas no decorrer do livro. Ele fala normalmente, porém apresenta algumas manias características.
Os pais de Jack, os Keenan, e os pais de Nick Weller eram amigos de longa data. Nick era seu único amigo, até porque como os pais de Nick são alcoólatras, isso afastava as pessoas e ele recorria a Jack e aturava suas manias, vontades e fases. Teve a fase de jogos de tabuleiro, a de revistas em quadrinho, navios em miniatura, brincadeiras de guerra, mas a mais estranha de todas foi desenhar monstros.
J.P. muitas vezes não consegue dormir com a sensação de que há monstros debaixo de sua cama. E por coincidência são os mesmos monstros que ele costuma desenhar. Será que é mesmo coincidência ou ele dá vida aos monstros ou algo do tipo? Seus pais e Nick também veem vultos estranhos e ouvem vozes que não são capazes de identificar e sempre acabam achando ser fruto da imaginação.
Seu pai, Tim, é caseiro da Administração de Propriedades da Costa no Maine e sua mãe, Holly, advogada. No livro percebemos como a mãe se preocupa com o futuro de seu filho por causa de sua dificuldade de se ajustar à sociedade, chegando até mesmo, a procurar ajuda na igreja, que bate de frente com o pai que sempre tenta dar um voto de confiança ao filho.
“Ele ficou olhando as luzes coloridas da árvore de Natal, tocando-as para ver se as azuis eram mais quentes que as vermelhas e se as verdes eram frescas como a grama, mas todas eram iguais, o calor tão minúsculo quanto o do coração de um pássaro.”
Apesar de o livro ser escrito em terceira pessoa temos acesso ao ponto de vista de vários personagens. O fato de o livro conter criança, autismo e natal já o tornam mais que propício a ser bom para mim, pois sempre leio tudo que encontro com essas temáticas.
Uma narrativa que desperta a curiosidade e aflora a imaginação, o livro chega até a ser engraçado em alguns momentos e seria mais incrível ainda se fosse ilustrado com os desenhos de Jack. Precisa falar da edição maravilhosa? A capa dura com as letras em relevo, o marcador de fita que já é de praxe da Darkside® e as páginas para fazer seus próprios desenhos ao final tornam o livro ainda mais incrível. O final não me surpreendeu como eu esperava, pois ao longo do livro foram dados vários sinais do ocorrido.
“É melhor manter alguns segredos só para si.”
INFORMAÇÕES DO LIVRO -Título: O menino que desenhava monstros -Autor: Keith Donohue
-Ano de publicação: 2016 -Páginas: 256
-Editora: Darkside® Books -No idioma: Português -Gênero: Mistério / Suspense -ISBN: 9788594540010 -Avaliação média: 4,0/5 -Minha Avaliação: 4,0/5 -Data da Resenha: 23/04/2017 -Crítico: Vanessa Januth
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